Um filme curto, cirúrgico, A Casa de Dinamite entrega ao espectador a decisão final sobre o desfecho inescapável dos fatos que apresenta. Não há espaço para rodeios, apenas para a tensão que antecede o caos.
A direção demonstra uma atenção microscópica aos detalhes, desvendando tramas secundárias no exato momento em que o alarme de um acontecimento histórico para a humanidade está prestes a ser confirmado, ou evitado.
A narrativa é habilmente construída através de uma galeria de personagens: soldados em missões críticas de monitoramento, seguranças de alta patente, pesquisadores analisando a relação entre nações e os Estados Unidos. Há também um presidente mantendo a agenda em pleno pandemônio e autoridades circundando os centros de decisão.
Acrescentam-se a isso os relacionamentos pessoais. Estes podem estar abandonados, recentes, ou fatalmente serão interrompidos, mas plantam inúmeros pontos de interrogação e uma ansiedade crescente em quem assiste. Sim, este é um filme pré-apocalipse e caos humano que, em 1h52 minutos, lança a audiência à beira do precipício, forçando-a a imaginar o que se seguiu ao final enigmático da trama.
O título, A Casa de Dinamite, é perfeitamente justificado. Como um dos personagens explica, a situação requer a extrema destreza das autoridades para impedir que qualquer faísca se alastre de forma catastrófica, culminando na explosão que pode acabar com tudo.
Sugestão Dupla para a Experiência:
Acompanhe até o fim das cenas dos créditos. Estamos falando da produção, não de uma pós-créditos inexistente.
Assista com o volume bem alto. O filme é uma aula de engenharia de som, que entrega, de forma assombrosa e magnífica, os indícios concretos do que aconteceu.
Embora o roteiro flerte com temas batidos, como tensões geopolíticas, o fim do mundo causado pelo homem e os bastidores de uma tragédia, A Casa de Dinamite salta à frente. Ele consegue prender o espectador à curiosidade sobre o destino de cada personagem e ainda brinda a audiência com atuações marcantes, como a de Jared Harris, e a de um elenco de apoio que é, verdadeiramente, “toneladesco”.




