Em Maputo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou nesta segunda-feira (24/11) o encontro empresarial Brasil–Moçambique com um apelo direto ao fortalecimento das relações comerciais entre os dois países. A agenda marcou mais uma etapa da recente ofensiva diplomática do presidente no continente africano, que incluiu participação na Cúpula do G20, reuniões bilaterais e compromissos no Fórum Ibas.
Diante de empresários brasileiros e moçambicanos, Lula destacou a necessidade de reaproximar as economias, lembrando que o comércio bilateral já foi significativamente maior. Ele citou que, em 2024, o Brasil exportou mais para países como Tanzânia e Serra Leoa do que para Moçambique, e defendeu que o setor privado adote uma visão mais estratégica sobre o potencial africano. O presidente também reafirmou seu compromisso de ampliar linhas de crédito e recuperar a capacidade do BNDES para apoiar a internacionalização de empresas brasileiras.
Ao abordar a integração africana, Lula elogiou a Zona de Livre Comércio Continental Africana, definida por ele como uma “lição ao mundo” em meio à onda global de protecionismo. Para o presidente, há espaço para criar sinergias entre o bloco e o Mercosul, diversificar mercados e expandir exportações. Ele também mencionou a retomada do Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos e apontou oportunidades conjuntas em energia, agricultura, biocombustíveis, defesa e tecnologia.
Lula ainda anunciou iniciativas de formação técnica em ciências agrárias para moçambicanos e destacou o interesse do Brasil em cooperar nas áreas de saúde e energia, sempre com respeito à soberania local.


