O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), indicou nesta quinta-feira (18) que a população paulista deve se preparar para pagar mais caro pelo transporte sobre trilhos a partir de 2026. Segundo ele, a tarifa do metrô e dos trens, hoje em R$ 5,20, deve ser reajustada com base na inflação, repetindo a política adotada nos últimos anos.
Durante evento no Palácio dos Bandeirantes para apresentar um balanço da gestão, Tarcísio afirmou que o aumento ainda será discutido, mas deixou claro que a inflação será o principal critério para corrigir o valor da passagem. O argumento é a chamada “sustentabilidade financeira” do sistema.
De acordo com o IPCA, a inflação acumulada nos últimos 12 meses é de 4,46%, índice que serve de referência para o reajuste. Na prática, isso significa que o usuário deve sentir o impacto direto no bolso logo no início do próximo ano.
Mesmo com o aumento da tarifa, o governador reconheceu que o Estado continuará bancando um subsídio bilionário para manter o transporte funcionando. Segundo Tarcísio, serão necessários cerca de R$ 5 bilhões em recursos públicos repassados às empresas que operam o sistema metropolitano.
“Mesmo corrigindo a tarifa pela inflação, ainda será preciso um aporte elevado para manter o sistema”, afirmou o governador, admitindo que o reajuste não elimina a dependência de subsídios.
A decisão sobre o aumento deverá ser tomada ainda em 2025, em conjunto com o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB). Nunes já sinalizou que aguarda a posição do governo estadual para definir se também haverá reajuste na tarifa dos ônibus municipais, que hoje enfrentam forte pressão de custos.
Na quarta-feira (17), o prefeito afirmou que o objetivo seria evitar aumento real, mas admitiu que, caso não seja possível manter o congelamento, o reajuste pela inflação está no radar.
Com isso, o cenário que se desenha para 2026 é conhecido dos usuários: tarifa mais alta, subsídio bilionário mantido e nenhuma perspectiva de alívio imediato para quem depende diariamente do transporte público em São Paulo.


